Qui, 09 de abril de 2020, 21:31

Capes restitui 46 cotas de bolsas à UFS
Agência revisou novamente a medida polêmica, mas não restituiu todas as bolsas cortadas

Após muito protesto por conta de cortes nos quantitativos de bolsas de mestrado e doutorado, sem aviso prévio às Instituições de Ensino Superior, a Capes revisou a medida, admitindo que houve equívoco de cerca de 6 mil bolsas a menos para o Sistema Nacional de Pós-Graduação, sendo a UFS prejudicada em 98 bolsas de mestrado e 25 bolsas de doutorado. Informada do novo cenário, a UFS continuou com uma perda acumulada de 109 cotas quando comparado com janeiro de 2019, mas recuperou 46 cotas em relação ao quantitativo imposto pela Portaria 34.

Para rememorar, em 18 de março a Capes enviou à Universidade Federal de Sergipe o Ofício Circular nº 7 informando a nova concessão de bolsas Demanda Social (DS) para o ano de 2020, que foi posteriormente ajustada pela Portaria Nº 34, de 9 de março de 2020. Essa portaria bastante contestada revisou os pisos e tetos da redistribuição de bolsas DS, desfazendo o que havia sido definido e amplamente divulgado pela Capes através das Portarias nº 18, nº 20 e nº 21, de fevereiro. Agora, a medida novamente revisada foi comunicada através dos Ofícios Circulares 6 e 7/2020-CGSI/DPB/Capes.

Com isso, foram identificadas devoluções de bolsa de Mestrado nos seguintes programas de pós-graduação da UFS: Administração (2 cotas); Agricultura e Biodiversidade (4 cotas); Biologia Parasitária (3 cotas); Ciência da Computação (3 cotas); Desenvolvimento e Meio Ambiente (2 cotas); Ecologia e Conservação (3 cotas); Enfermagem (1 cota); Engenharia Civil (1 cota); Engenharia Elétrica (4 cotas); Geociências e Análise de Bacias (3 cotas); Letras (2 cotas); Psicologia (4 cotas); Química (1 cota); Recursos Hídricos (4 cotas); e Serviço Social (2 cotas).

Já os PPGs onde foram identificadas devoluções de bolsa de Doutorado foram: Agricultura e Biodiversidade (2 cotas); Biotecnologia - Rede RENORBIO (2 cotas); Ciências Fisiológicas (4 cotas); Desenvolvimento e Meio Ambiente UFPI-UFRN-FUFSE-UESC-UFPB/JP (1 cota); e Física (8 cotas).

Mudança inoportuna

“Merece destaque que, de acordo com a Portaria 34, a UFS encontra-se agora com 62 cotas de Mestrado e 28 cotas de Doutorado classificadas pela Capes como ‘empréstimo’, cotas estas que ao final do período de concessão serão retornadas à Capes, agravando o já preocupante déficit de cotas para os cursos da UFS”, segundo informou o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, Lucindo Quintans, acrescentando que a Posgrap analisa com cautela todas as mudanças intempestivas no processo de concessão de cotas de bolsa que está sendo realizado pela Capes.

“A mudança de conceito, através da Portaria 34, do modelo de distribuição de bolsas proposto e que tinha sido discutido com a sociedade através de entidades como o Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (FOPROP), acabou por precarizar o funcionamento dos PPGs de instituições como a UFS, reduziu a capacidade do país em produzir ciência qualificada e é, no mínimo, inoportuna devido ao momento que o Brasil e o Mundo estão vivendo. É incompreensível a atitude da agência, que prejudica todo planejamento estratégico da pós-graduação brasileira. De qualquer forma, a restituição dessas cotas é muito bem-vinda, pois foram 6 mil bolsas que tinham sido retiradas do sistema e, portanto, pelo menos 6 mil alunos prejudicados”, ponderou.

De acordo com o professor Gladston Rafael Arruda Santos, coordenador de Pós-Graduação (COPGD) da UFS, “a Capes precisa deixar claros os critérios que estão sendo utilizados para a movimentação que está ocorrendo nas cotas de bolsas, visto que mesmo ocorrendo devolução de bolsas para a UFS podemos identificar cursos onde as cotas implementadas agora no final de março como cotas curso foram transformadas em cotas empréstimo”.

Marcos Cardoso
Gabinete do Reitor


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