Qui, 07 de dezembro de 2017, 17:16

Reitor Angelo Antoniolli publica nota de repúdio sobre ação da PF na UFMG
"Sobre os três Poderes da República pesa a responsabilidade de recolocar a ordem pública no seu devido lugar"

O Reitor da Universidade Federal de Sergipe, cônscio dos seus direitos e deveres, como gestor, professor e cidadão, vem a público REPUDIAR o modo como a Universidade pública brasileira vem sendo afrontada, nos últimos tempos, de forma acintosa e autoritária, como ocorreu na Universidade Federal de Santa Catarina, com a prisão do seu Reitor, que, moralmente abalado por uma prisão reconhecidamente injusta e ilegal, acabou cometendo suicídio, lamentavelmente. Quem pagará pela vida de um homem honrado, que não cometeu nenhuma tipificação criminosa?

Agora, a sanha autoritária abateu-se sobre a Universidade Federal de Minas Gerais, com a condução coercitiva de gestores, ex-gestores e professores, com o intuito disfarçado de apurar supostas irregularidades.

Ninguém almeja que atos de improbidade administrativa sejam praticados sem a devida responsabilização, que deve ser acometida a quem de direito. Todavia, NÃO se deve aceitar que o estado policialesco volte a nos atingir, como ocorreu nas ditaduras que se abateram sobre o nosso país, causando tantos malefícios à cidadania em geral e a muitos cidadãos e cidadãs, em particular, inclusive com o sacrifício de muitas vidas.

Como bem disse o célebre filósofo e Reitor da Universidade de Salamanca, na Espanha, Miguel de Unamuno, “há momentos em que calar é mentir”. Ele assim o disse ao enfrentar a ditadura franquista. Também não se deve calar, agora, diante desse gravíssimo momento em que a Universidade pública vem sendo atingida na sua representatividade do modo absurdo como ocorreu nas duas Universidades Federais citadas.

Sobre os três Poderes da República pesa a responsabilidade de recolocar a ordem pública no seu devido lugar. Nenhuma Instituição, por mais abalizada que seja, tem o direito, que jamais lhe foi dado, de cometer arbitrariedades, de afrontar outras Instituições, bem assim de voltar-se contra a cidadania e a dignidade da pessoa humana, fundamentos da República Federativa do Brasil, como dispõe o art. 1º da Constituição Federal.

Dizer NÃO às arbitrariedades é dizer SIM à democracia.

Aracaju, 07 de dezembro de 2017.

Prof. Dr. Angelo Roberto Antoniolli

Reitor


Atualizado em: Qui, 07 de dezembro de 2017, 17:40

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